Confesso que fiquei impressionado pela negativa quando vi o
trailer do novo filme do Rambo. O Rambo que eu conheci não matava
por gosto. Matava
com gosto, o que é diferente. Matava até com um certo requinte, crédito lhe seja dado. Mas matava, fundamentalmente, por necessidade — era ele ou eles.
O Rambo ressuscitado nesse trailer já não é aquele ser humano capaz de chacinar, sem pestanejar mas com critério, que eu cresci a adorar; aquele ser humano que, quando eu era jovem e influenciável, me incutiu os imprescindíveis valores morais que fizeram de mim o homem que sou hoje.
O Rambo ressuscitado nesse trailer é uma máquina de triturar carne, sem conceito de certo ou de errado, que obtém prazer na carnificina. E que diz coisas espectaculares como: «Se formos pressionados, matar é tão fácil como respirar.» Eu tenho asma. Ele não precisava de me ofender desta maneira.
Mas mão amiga acaba de me comunicar (através de sombras chinesas) que a violência contida em
John Rambo é tudo menos gratuita. Parece que os facínoras, nesta sequela, estavam mesmo a pedi-las. Assim sendo, fico mais descansado. E penitencio-me por ter duvidado da capacidade de discernimento de Rambo, ceifando o um dedo mindinho ao calhas.
De Maria Albertina a 9 de Fevereiro de 2008 às 16:43
Por sua causa, não consigo deixar de imaginar todo o cenário de JOHN RAMBO num contentor de lixo municipal grande e verde… Isso não se faz…
Fixe. Detesto estar sozinho a imaginar cenários.
De Pinguim Cheiroso a 9 de Fevereiro de 2008 às 21:39
Eu , por sinal não gosto nem desgosto , se alguém entra na minha bolha de pensamento, é bem vindo.
Enfim, é viver e deixar viver.
No entanto se forem pensamentos marotos, é bom que sejas mulher!
Afinal, quantos é que já somos nesta bolha de pensamento malcheirosa? O centauro e o Aquiles também entram? E estamos a fazer o quê exactamente?
De Pinguim Cheiroso a 11 de Fevereiro de 2008 às 13:35
Abdominais, estamos a fazer abdominais para não se ver os horríveis pneus quando se usa calças de ganga.
E se o Rambo encontrar o centauro? Fundir-se-ão um ao outro? Perdão, um com o outro? [As preposições são o meu calcanhar de Aquiles, já que falamos de grandes guerreiros.]
A euro-deputada Ana Gomes acaba de afirmar que, para muitos jovens timorenses, o major Alfredo Reinado era um "Rambo mítico", donde se prova que Ana Gomes anda a ler o seu blogue; afinal, o Rambo não é propriamente uma figura incontornável do nosso imaginário colectivo para ela se lembrar, assim, do nada, de o usar numa metáfora.
O Rambo não é propriamente uma figura incontornável do nosso imaginário colectivo? Não devemos estar a falar da mesma figura incontornável.
Por mim, desde que o Brockston queira contornar a mesma figura que o meu imaginário individual quer, tudo bem, não sou pessoa para arranjar problemas onde os não há.
Por muito que isso lhe custe, a Clara vai ter de conviver com a ideia de que o Brockston é fã do Rambo.
Eh lá, alguma coisa aqui aumentou de tamanho, há vida em Brockston!
Suspeito de certa erecção.
E que bela e rotunda erecção, fica-lhe muito bem. Invejo esses seus poderes.
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